artigo da semana
-COMUNICAÇÕES OU ENSINOS DOS ESPÍRITOS (1ª À 5ª)-
Por José Amigó e Pellícer
Uma colaboração de Estênio Negreiros (estenio.gomesnegreiros57@gmail.com)
Parte Segunda
1º (49)
Maio de 1873
“Amigos meus. Rompei com os vossos escrúpulos e com as considerações humanas, para dedicar-vos à defesa das verdades que vos são ensinadas.”
(Luculo)
Esta comunicação foi a primeira que recebemos em nosso centro de estudo das doutrinas espíritas. Algumas tinham sido anteriormente dadas a membros do centro, e entre elas aparece o nome de Luculo, como protetor de um deles, aconselhando a formação de um centro de estudos, que ele prometia proteger e dirigir espiritualmente. Não as publicamos, porque resolvemos não publicar comunicações particulares, nem mesmo as recebidas no Círculo, que não têm o objetivo desta segunda parte, que é apresentar à consideração do leitor um conjunto delas, que possa servir de fundamento a seguro juízo acerca da marcha e da importância dos resultados mediúnicos, obtidos em Lérida no curto espaço de alguns meses. Compreende-se, pois, do exposto, que a formação do Círculo foi devida à iniciativa dos Espíritos, e que seus fundadores não fizeram mais que corresponder às inspirações do Alto.
(49) Julgamos a propósito declarar que em nenhuma das comunicações que transcrevemos, cujos originais conservamos para serem apresentados aos que desejam examiná-los, introduzimos alterações de espécie alguma, nem de conceitos, nem de palavra, nem de letra. Elas são inseridas tal como foram inspiradas. É admirável que nos ditos originais não apareçam correções nem emendas, não obstante o indiscutível mérito de alguns sob o duplo aspecto científico e literário. Tampouco nos julgamos autorizados a suprimir os nomes com que aparecem assinados, pois os consideramos como parte integrante das comunicações. Alguns são tão venerados, que bem quereríamos ocultá-los, pelo respeito que nos merecem; porém, esse mesmo respeito nas priva de suprimir da revelação uma só palavra que seja.
2°
Maio de 1873
“Queridos irmãos. Cerrai vossos peitos aos conselhos do egoísmo e abri-os ao amor dos homens, vossos irmãos em espírito e verdade. Não temais.”
(Luculo).
Todas as comunicações que publicamos foram dadas espontaneamente. Acreditamos sempre que não somos nós que haveremos de dirigir o ensino dos Espíritos; mas sim que devemos recebê-los da forma e sobre os pontos que seja Deus servido no-los conceder. A comunicação supra é a síntese dos deveres do homem para com a Humanidade — é a palavra de Jesus; e o diabo, se existisse, jamais falaria como o Cristo, nem seria propagandista da moral evangélica.
3°
Junho de 1873
“Cada dia vossa razão julgará mais admiráveis as lições de moral que têm por fundamento o amor do próximo e por termo o amor de Deus. Não vos esqueçais de que amanhã tereis de responder ler vossa coração; porque o tendes em vossas mãos, e sois responsáveis pelas obras de vossas mãos quando movidas pela razão.”
(S. Luís)
Luculo, mestre e guia espiritual do Círculo, tinha anunciado, em uma comunicação particular, que viriam ilustrar-nos e firmar-nos na fé alguns Espíritos superiores, e esta promessa começou a ser cumprida com a comunicação número 3. Em outras, obtidas por diferentes médiuns e inspiradas por distintos Espíritos, se declara que Luculo é Espírito de elevadíssima categoria. O Círculo Cristão-Espiritista honra-se e compraz-se em dar-lhe aqui público testemunho do respeito e da gratidão que lhe deve.
4°
Junho de 1873
“Nunca imagineis que possa Deus permitir abuso e sofisma ou fraude, quando se invocar seu misericordioso nome.”
(Fenelon)
Quatro palavras que encerram irrecusável máxima e a mais explícita negação da intervenção diabólica, nos atos em que se invoca com fervor o auxílio do Altíssimo! Não; ainda que o clero romano afirme o contrário, não é possível que Deus permita, ao Espírito maléfico, envolver-nos e confundir-nos no momento em que procuramos o amparo da Divindade. Uma tal hipótese, ou é aberração da razão e do sentimento, ou é blasfêmia abominável!
5º
Junho de 1873
“Aspirais a conhecer os segredos do mundo espiritual e eterno, mas, para obterdes tão alto favor, é preciso que passeis por provas que vos façam dignos e merecedores. Não deixeis de orar e de amar; pois que à verdade só se chega pela prática constante da oração e do amor.”
(Fenelon)
Sublimes, estas últimas palavras do que foi arcebispo de Cambray. São os
compêndios da doutrina de Jesus: a caridade pelo amor de Deus e do próximo.
Penetrem estas máximas no coração do povo — e a sociedade será salva. Fenelon
ensinava e praticava; pois dele se lê que se fez amado da sua diocese, por seus
hábitos caritativos, e admirado do mundo, por sua sabedoria. Isto, porém, não o
salvou da intolerância romana, que condenou seu livro: “Explicação das máximas
dos santos”:
Igual sorte tiveram muitos gênios.
Do livro Roma e o Evangelho, distribuição do Portal Luz Espírita (http://www.luzespirita.org.br)