artigo da semana

-FINADOS PARA OS ESPÍRITAS-

Por André Luiz Alves Júnior (locutorandreluiz@hotmail.com)

Uma colaboração de Estênio Negreiros (estenio.gomesnegreiros57@gmail.com)

 

 

Para muitos, Finados representa apenas mais um feriado, uma oportunidade de descansar, viajar, ou até mesmo colocar a agenda pessoal em dia. Para os católicos, o dia de reverenciar os entes queridos, amigos, pessoas que não vivem no plano físico.

 

A ideia de lembrar os “mortos” surgiu ainda no século I, através dos seguidores de Jesus que costumavam rezar para os mártires do Cristianismo já desencarnados, o que mais tarde ganhou força quando a Igreja Católica estabeleceu uma data para orar por todos os falecidos, principalmente aqueles esquecidos pela família, nascendo assim o dia de Finados, onde os vivos visitam os despojos carnais daqueles que partiram para o outro lado, homenageando-os com flores, velas e orações.

 

E para nós espíritas, o que representa a data de 2 de novembro?

 

Busquemos a resposta em o Livro dos Espíritos, 2ª Parte, Capítulo VI – Da vida Espírita – Comemoração dos Mortos, Funerais:

 

320. Sensibiliza os Espíritos o lembrarem-se deles os que lhes foram caros na Terra?

 

“Muito mais do que podeis supor. Se são felizes, esse fato lhes aumenta a felicidade. Se são desgraçados, serve-lhes de lenitivo.”

 

321. O dia da comemoração dos mortos é, para os Espíritos, mais solene que os outros dias? Apraz-lhes ir ao encontro dos que vão orar nos cemitérios sobre seus túmulos?

 

“Os Espíritos acolhem neste dia o chamado dos que da Terra lhe dirigem seus pensamentos, como fazem noutro dia qualquer.”

 

a) Mas o de Finados é, para eles, um dia especial de reunião junto a suas sepulturas?

 

“Nesse dia, em maior número se reúnem nas necrópoles, porque então também é maior, em tais lugares, o das pessoas que os chamam pelo pensamento. Porém, cada Espírito vai lá somente pelos seus amigos e não pela multidão dos indiferentes.”

 

b) Sob que forma aí comparecem e como os veríamos, se pudessem tornar-se visíveis?

 

“Sob a que tinham quando encarnados.”

 

322. E os esquecidos, cujos túmulos ninguém vai visitar, também lá, não obstante, comparecem e sentem algum pesar por verem que nenhum amigo se lembra deles?

 

“Que lhes importa a Terra? Só pelo coração nos achamos a ela presos. Desde que aí ninguém mais lhe vota afeição, nada mais prende a esse planeta o Espírito, que tem para si o Universo inteiro.”

 

Destarte, não necessitamos esperar uma data específica para rememorar os Espíritos desencarnados que nos são caros. Nossa organização vital, composta por espírito, perispírito e matéria, funciona como um receptor e transmissor de vibrações, podendo tanto enviar, quanto receber energia do plano espiritual, o qual exerce influência direta sobre nós e vice-versa, bem como não precisamos nos deslocar até o cemitério para realizar nossas orações, uma vez que o Espírito não permanece junto ao sepulcro. Podemos mentalizar nossas preces em qualquer local, desde que façamos com o coração.

 

O Livro dos Espíritos ainda nos alerta que temos de recordar dos Espíritos desencarnados sempre com bons sentimentos, para que estes não se aflijam com o nosso sofrimento. A saudade é perfeitamente compreensível, mas a tristeza, o desespero e a dor da perda daqueles que ficam demonstra falta de confiança em Deus e pode incomodar o Espírito que partiu, interferindo em seu progresso no mundo espiritual.

 

Por fim, independentemente das diferentes manifestações de carinho, as quais indubitavelmente são recebidas pelos Espíritos, o que há em comum em todas as crenças é que a imortalidade da alma, apesar de ainda não ser totalmente compreendida por todos, é uma questão irrefutável para todas as religiões, do contrário, seria uma enorme contradição homenagear quem já não vive mais.

 

Fonte: Revista O Consolador - Crônicas e Artigos

 

Ano 6 - N° 288 - 25 de Novembro de 2012.