artigo da semana

-ANTES QUE SEJA TARDE-

Uma colaboração de Estênio Negreiros (estenio.gomesnegreiros57@gmail.com)

 

 

É bastante comum pessoas, no leito de morte, desejarem aliviar a consciência. Fazem confissões apressadas de erros passados, pedindo e esperando perdão.

 

Acreditam que, por estarem partindo, tudo será perdoado e esquecido. Não é verdade.

 

Em algumas circunstâncias, revelações das faltas cometidas deixam, nos corações dos que ficam na Terra, muita mágoa e azedume.

 

Mágoa e azedume que, como vibrações negativas, chegarão ao Espírito liberto, perturbando-o, na vida espiritual.

 

Outros, antevendo a proximidade da morte, apresentam suas últimas vontades.

 

Dessa forma, os que os assistem nessa hora final, ficam constrangidos a executá-las, gerando-lhes, por vezes, muitos incômodos.

 

Moribundos há que desejam falar, mas não dispõem de voz, debatendo-se em aflição.

 

Por tudo isso, pensa e age de forma diversa.

 

Se sabes que um dia a morte te arrebatará o corpo, providencia já o que acredites necessário.

 

Não faças, nem alimentes inimigos. Perdoa sempre.

 

Desfaz, quanto antes, o mal-entendido, para que, depois da morte, não venhas a te perturbar, por causa de remorsos, que serão tardios.

 

Se desejas presentear alguém com o que te pertença, ou almejes adquirir, providencia de imediato.

 

Não aguardes o tempo futuro. Ele poderá não te chegar.

 

Faz testamento, regulariza a doação. Executa tua vontade, agora.

 

Se pensas em reparar erros do ontem, toma logo a atitude.

 

Não relegues a outrem o acerto dos teus desatinos. E, para que não te arrependas, depois da partida, não economizes palavras e gestos aos teus amores. Acarinha, abraça, beija.

 

Após o desenlace, poderás desejar o retorno para dar recados e falar do amor que nunca expressastes na Terra.

 

Poderá ocorrer que a Divindade não te permita. Ou que não tenhas as condições para a manifestação.

 

Ou não encontres a quem falar e dizer.

 

Por ora, podes falar e agir. Faze-o.

 

Depois da morte, precisarás contar com quem te interprete o pensamento, quem te deseje ouvir, te sintonize.

 

E lembra que se não semeares afeições e simpatias, enquanto no trânsito carnal, não terás frutos a recolher na Espiritualidade.

 

Nem quem te recorde no mundo.

 

Se almejas fazer o bem, servindo à comunidade, prestando serviço voluntário, engaja-te hoje ainda.

 

Não aguardes aposentadoria.

 

Dá hoje a hora que te sobra ou conquistas, entre os tantos compromissos agendados, porque poderá acontecer que não venhas a gozar os dias que esperas.

 

Ou que, por circunstâncias que independam da tua vontade, necessites alongar a jornada profissional por mais alguns anos.

 

Vive intensamente. Matricula-te no curso de idiomas, na aula de música, pintura, bordado.

 

Esmera-te no aprendizado para que, ao partir, leves contigo uma grande bagagem.

 

De braço dado com quem amas, realiza a viagem sonhada. E fotografa tudo com o coração, para não esquecer nenhum detalhe.

 

A máquina fotográfica poderá falhar, por defeito técnico ou inabilidade de quem a manuseia.

 

Mas o teu coração não esquecerá jamais o que viveu amorosamente.

 

Feito tudo isso, se a morte chegar, de rompante ou te abraçar de mansinho, poderás seguir sem traumas, sem medos, em paz.

 

E em paz deixarás os teus familiares, os teus amigos, os teus colegas e conhecidos.

 

Pensa nisso.

 

Redação do Momento Espírita, com base no cap. “Antes da desencarnação”, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
Em 15.12.2022.

 

Do portal www.momento.com.br