artigo da semana

-PERTURBAÇÃO ESPIRITUAL DEPOIS DA MORTE-

Por THIAGO BERNARDES (thiago_imortal@yahoo.com.br) - Curitiba, Paraná (Brasil)

Uma colaboração de Estênio Negreiros (estenio.gomesnegreiros57@gmail.com)

 

 

Apresentamos nesta edição o tema no 76 do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita, que está sendo aqui apresentado semanalmente, de acordo com programa elaborado pela Federação Espírita Brasileira, estruturado em seis módulos e 147 temas.

 

Se o leitor utilizar este programa para estudo em grupo, sugerimos que as questões propostas sejam debatidas livremente antes da leitura do texto que a elas se segue.

 

Se destinado somente a uso por parte do leitor, pedimos que o interessado tente inicialmente responder às questões e só depois leia o texto referido. As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto abaixo.

 

Questões para debate

 

1. Que sensações experimenta a alma por ocasião da morte?

 

2. Há Espíritos que se sentem perturbados durante os instantes que se seguem à morte corporal?

 

3. O comportamento religioso exerce alguma importância na situação da alma após a morte?

 

4. Qual a situação das pessoas que cultivaram as religiões simplistas, que prometem o Céu a golpes de facilidade e oportunismo?

 

5. Em poucas palavras, como definir o estado do Espírito por ocasião da morte?

 

Texto para leitura:

 

É variável a duração da perturbação após a morte

 

1. Por ocasião da morte – ensina o Espiritismo – tudo, a princípio, é confuso. A alma precisa de algum tempo para entrar no conhecimento de si mesma. Ela se acha como que aturdida, no estado de uma pessoa que despertou de profundo sono e procura orientar-se sobre a sua situação. A lucidez das idéias e a memória do passado lhe voltam, à medida que se apaga a influência da matéria que ela acaba de abandonar e se dissipa a espécie de névoa que lhe obscurece os pensamentos.

 

2. Muito variável é o tempo que dura a perturbação que se segue à morte corporal. Pode ser de algumas horas, como também de muitos meses e até de muitos anos. Para aqueles que já na existência corpórea se identificaram com o estado que os aguardava, menos longa ela é, porque eles compreendem imediatamente a posição em que se encontram.

 

3. O processo de desprendimento espiritual é lento ou demorado, conforme o temperamento, o caráter moral e as aquisições espirituais de cada ser. Não existem duas desencarnações iguais. Cada pessoa desperta ou se demora na perturbação, conforme as características próprias de sua personalidade.

 

4. Nesse sentido, o comportamento religioso exerce fundamental importância. Os que se fixaram às idéias niilistas, materialistas, hibernam-se, não raro, como a fugir da realidade, num bloqueio inconsciente de longo porte que os atormenta em forma de pesadelos infelizes de que não conseguem facilmente libertar-se.

 

Muitos assistem estarrecidos à decomposição cadavérica

 

5. Tendo agasalhada a idéia do nada, deperecem e se exaurem em agonia superlativa, sem que se permitam alívio, nas regiões frias e temerosas a que são arrastados por natural processo de sintonia mental, quando não acompanham, estarrecidos, a decomposição do próprio corpo a que se agarram, tentando restabelecer-lhe os movimentos, em luta inglória.

 

6. Os que cultivaram as religiões simplistas, que prometem o Céu a golpes de facilidade e oportunismo, são surpreendidos por uma realidade bem diversa com que não contavam.

 

7. Os que agasalharam idéias esdrúxulas, fazem-se vítimas de horrores e alucinações lamentáveis que os desnorteiam por tempo indeterminado.

 

8. Os suicidas, graças às atenuantes e agravantes que os selecionam automaticamente, descobrem em inditoso despertar a não existência da morte.

 

9. Os que se converteram em destruidores da vida alheia, experimentam as aflições que infligiram e expungem, em intérmina angústia, o acordar da consciência e a sobrecarga dos crimes perpetrados.

 

A perturbação é o estado normal no instante da morte

 

10. A perturbação espiritual ocorre, portanto, na transição da vida corporal para a espiritual. Nesse instante, a alma experimenta um torpor que paralisa momentaneamente as suas faculdades, neutralizando, ao menos em parte, as sensações.

 

11. A perturbação pode, pois, ser considerada o estado normal no instante da morte, e perdurar por tempo indeterminado, variando de algumas horas a alguns anos.

 

12. O último alento quase nunca é doloroso, uma vez que ocorre ordinariamente em momento de inconsciência. Na morte violenta, porém, as sensações não são exatamente as mesmas, porque em tais situações o desprendimento só começa depois da morte e não pode completar-se rapidamente. O Espírito, colhido de improviso, fica como que aturdido e acredita-se vivo, prolongando-se essa ilusão até que compreenda o seu estado.

 

13. O estado do Espírito por ocasião da morte pode, portanto, ser resumido nas proposições que se seguem: Será tanto maior o sofrimento quanto mais lento for o desprendimento do perispírito. A presteza do desprendimento está na razão direta do adiantamento moral do Espírito. Para o Espírito desmaterializado, de consciência pura, a morte é qual sono breve, isento de agonia, e cujo despertar é suavíssimo.

 

Respostas às questões propostas

 

1. Que sensações experimenta a alma por ocasião da morte?

 

R.: Por ocasião da morte, a alma se acha como que aturdida, no estado de uma pessoa que despertou de profundo sono e procura orientar-se sobre a sua situação. A lucidez das idéias e a memória do passado lhe voltam aos poucos, à medida que se apaga a influência da matéria que ela acaba de abandonar e se dissipa a espécie de névoa que lhe obscurece os pensamentos.

 

2. Há Espíritos que se sentem perturbados durante os instantes que se seguem à morte corporal?

 

R.: Sim. E o tempo que dura a perturbação é variável, visto que pode ser de algumas horas, como também de muitos meses e até de muitos anos. Para aqueles que já na existência corpórea se identificaram com o estado que os aguardava, menos longa é essa perturbação, porque eles compreendem imediatamente a posição em que se encontram.

 

3. O comportamento religioso exerce alguma importância na situação da alma após a morte?

 

R.: Sim. O processo de desprendimento espiritual é lento ou demorado, conforme o temperamento, o caráter moral e as aquisições espirituais de cada ser, e, por isso, o comportamento religioso exerce fundamental importância. Os que se fixaram às idéias niilistas, materialistas, hibernam-se, não raro, como a fugir da realidade, num bloqueio inconsciente de longo porte que os atormenta em forma de pesadelos infelizes.

 

4. Qual a situação das pessoas que cultivaram as religiões simplistas, que prometem o Céu a golpes de facilidade e oportunismo?

 

R.: Essas pessoas são surpreendidas por uma realidade bem diversa com que não contavam.

 

5. Em poucas palavras, como definir o estado do Espírito por ocasião da morte?

 

R.: O estado do Espírito por ocasião da morte pode ser resumido nas proposições que se seguem: Será tanto maior o sofrimento quanto mais lento for o desprendimento do perispírito. A presteza do desprendimento está na razão direta do adiantamento moral do Espírito. Para o Espírito desmaterializado, de consciência pura, a morte é qual sono breve, isento de agonia, e cujo despertar é suavíssimo.

 

Bibliografia:

 

O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, itens 164 e 165.

 

O Céu e o Inferno, de Allan Kardec, Parte 1, itens 6, 7, 12 e 13.

 

Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita

 

Programa IV: Aspecto Filosófico

 

Revista O Consolador - Ano 2 - N° 76 - 5 de Outubro de 2008