artigo da semana

-JESUS CRISTO E SUA MENSAGEM AO POVO HEBREU-

Por Estênio Negreiros

Uma colaboração de Estênio Negreiros (estenio.gomesnegreiros57@gmail.com)

 

 

Sabemos os espiritistas que Jesus Cristo, o Divino Escultor, e uma plêiade de espíritos sábios foram encarregados pelo Criador Universal para a construção do planeta terra, há bilhões de anos, conforme vê-se, por exemplo, no livro “A Gênese”, de Allan Kardec, capítulo 15, item 1: “Pelos imensos resultados que produziu, a sua encarnação neste mundo forçosamente há de ter sido uma dessas missões que a divindade somente a seus mensageiros diretos confia, para cumprimento de seus desígnios. Como homem, tinha a organização dos seres carnais; porém, como espírito puro, desprendido da matéria, havia de viver mais da vida espiritual, do que da vida corporal, de cujas fraquezas não era passível. (…). Agiria como médium nas curas que operava? Poder-se-á considerá-lo poderoso médium curador? Não, porquanto o médium é um intermediário, um instrumento de que se servem os espíritos desencarnados e o Cristo não precisava de assistência, pois que era Ele quem assistia os outros. (…) Que espírito, ao demais, ousaria insuflar-lhe seus próprios pensamentos e encarregá-lo de os transmitir? Se algum influxo estranho recebia, esse só de Deus lhe poderia vir. Segundo definição dada por um espírito, Ele era médium de Deus.”

 

Vemos a mesma afirmação também, na obra “A Caminho da Luz”, de Emmanuel/Chico Xavier: “rezam as tradições do mundo espiritual que na direção de todos os fenômenos do nosso sistema existe uma comunidade de espíritos puros e eleitos pelo Senhor supremo do universo, em cujas mãos se conservam as rédeas diretoras da vida de todas as coletividades planetárias. Essa comunidade de seres angélicos e perfeitos, da qual é Jesus um dos membros divinos, ao que nos foi dado saber, apenas já se reuniu, nas proximidades da terra, para a solução de problemas decisivos da organização e da direção do nosso planeta, por duas vezes no curso dos milênios conhecidos. A primeira, verificou-se quando o orbe terrestre se desprendia da nebulosa solar, a fim de que se lançassem, no tempo e no espaço, as balizas do nosso sistema cosmogônico e os pródromos da vida na matéria em ignição, do planeta, e a segunda, quando se decidia a vinda do Senhor à face da terra, trazendo à família humana a lição imortal do seu Evangelho de amor e redenção.”

 

“(...) “Nessa computação de valores cósmicos em que laboram os operários da espiritualidade sob a orientação misericordiosa do Cristo, delibera-se a formação do satélite terrestre. O programa de trabalhos a realizar-se no mundo requeria o concurso da lua, nos seus mais íntimos detalhes.”

 

Vemos, desse modo, que o Mestre Sideral conduz a humanidade terrena desde quando recebeu do Arquiteto Universal a sagrada missão de criar e integrar a terra ao turbilhão de mundos dispersos na grandeza inimaginável do espaço sem fim.

 

A teoria do Big Bang, elaborada no início do século XX, especulando que o universo teve origem a partir da grande explosão ocorrida há cerca de 14 bilhões de anos, guarda sintonia com as informações obtidas do mundo espiritual conforme consta na literatura espiritista.

 

Daqueles tempos recuados até hoje, a missão recebida de Deus pelo ungido, o Christos, continua em execução num constante aperfeiçoamento das condições físicas e morais do astro terreno e de seus habitantes, até o dia alvissareiro em que de um orbe de expiações e provas se torne um lugar de refrigério, de repouso e de estação aos espíritos viajores que buscam sua perfeição em todos os aspectos na jornada evolutiva.

 

Bilhões de anos depois, a terra já povoada em diversas áreas da sua geografia, o Cristo Jesus recebe do Arquiteto do universo a difícil e sublime tarefa de encarnar como um ser humano comum no palco que ele construíra paciente e lentamente no decorrer de bilhões de anos, onde estaria exposto a todas as vicissitudes e tentações inerentes aos imperfeitos seres que aqui morejam. Conjetura-se por que Jesus, em comum acordo com o Pai Celestial, teria escolhido para nascer o meio de um povo ignorante, turbulento e então escravizado sob o tacão do domínio do império romano, como o era o povo hebreu que, em séculos anteriores, sob o comando de Abraão, havia se estabelecido em Canaã, no vale do rio Jordão, hoje conhecido como Palestina, depois migrado para o Egito, de cujo jugo foi libertado pelo patriarca Moisés e retornado à Canaã na longa migração conhecida por êxodo.

 

Naqueles tempos aquela imensa região asiática era constituída de países nos quais predominava a crença politeísta, cada uma com um panteão no qual se adoravam diversas divindades. Uma das exceções era o povo hebreu, também conhecido por judaico, semita ou israelita, que acreditava na existência de um deus único e universal, embora lhe atribuíssem características antropomorfizantes. Terá sido por isso — a crença num único deus — que a sabedoria divina escolheu o povo israelita para, em seu seio, nascer aquele Nazareno pobre e humilde, cujas palavras e ações modificariam o comportamento moral, primeiro da população de uma região limitada daquela parte asiática e séculos depois da maior parte do mundo cristão que hoje conhecemos?

 

Notável em tudo isso é o fato de Jesus Cristo haver conseguido o seu feito evangélico em tão pouco tempo de pregação durante sua curta passagem física por este planeta, ensinando o amor, a caridade e a humildade, sem esquecermos da semente lançada pelos patriarcas hebreus, com relevância para Moisés, o mensageiro da primeira revelação. Por enquanto, ficamos somente no campo da inquirição acerca do porquê de a sabedoria divina haver escolhido a nação judaica para, entre os seus, Jesus ter nascido.

 

Fortaleza, CE, 23 de maio de 2023