artigo da semana

-ARTE E CIÊNCIA DE AJUDAR - 9-

Por Joanna de Ângelis

 

Uma colaboração de Estênio Negreiros (estenio.gomesnegreiros57@gmail.com)

 

 

A indiferença ante a dor do próximo é congelamento da emoção, que merece combate.

 

À medida que o homem cresce espiritualmente, mais se lhe desenvolvem no íntimo os sentimentos nobres.

 

Certamente não se devem confundi-los com os desregramentos da emotividade; igualmente não se os podem controlar a ponto de tornar-se insensível.

 

No bruto, a indiferença é o primeiro passo para a crueldade, porta que se abre na emoção para inúmeros outros estados de primitivismo.

 

A indiferença coagula as expressões da fraternidade e da solidariedade, ensejando a morte do serviço beneficente.

 

O antídoto para este mal, que reflete o egoísmo exacerbado, é o amor.

 

Se não pretendes partilhar do sofrimento alheio, ao menos minora-o com migalhas do que te excede.

 

Se não queres conviver com a dor do teu irmão, ajuda-o a tê-la diminuída com aquilo que te esteja ao alcance.

 

Se defrontas multidões de necessitados e não sabes como resolver o problema, auxilia o primeiro que te apareça, fazendo a tua parte.

 

Se te irrita a lamentação dos que choram, silencia-a com o teu contributo de amizade. Imagina-te no lugar de algum d’Eles e saberás o que fazer, como efeito natural do que gostarias que alguém fizesse por ti.

 

Ninguém está seguro de nada, enquanto se encontra na Terra.

 

A roda das ocorrências não pára. Quem hoje está no alto, amanhã terá mudado de lugar e vice-versa. E não só por isso. Quem aprende a abrir a mão em solidariedade, termina por abrir o coração em amor.

 

Dá o primeiro passo, o mais difícil. Repete-o, treina os sentimentos e te adaptarás à arte e ciência de ajudar.

 

Há quem diga que os infelizes de hoje estão expiando os erros de ontem, na injunção de carmas dolorosos.

 

Ajudá-los, seria impedir que os resgatassem. É correto que a dor de agora procede de equívocos anteriores, porém, a indiferença dos enregelados, por sua vez, está-lhes criando situações penosas para mais tarde.

 

Quem deve paga, é da Lei. Mas, quem ama, dispõe dos tesouros que, quanto mais se repartem, mais se multiplicam. É semelhante à chama, que acende outros pavios e sempre faz arder, repartindo-se, sem nunca diminuir de intensidade.

 

Faze pois, a tua opção de ajudar e o mais a Deus pertence.

 

Do livro Momentos de Meditação, cap. 9, de Joanna de Ângelis/Divaldo Franco.